(ou adentrando o universo dos livros de fotografia)
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Faz um tempo ouvi a mexicana Ana Casas Broda falando online e me dei conta o quanto não sei nada de livros de fotografia. E que universo fantástico! Durante o FotoRio 2020 mediei uma live sobre livros de fotografia com o Rony Maltz da {Lp} Press e o Martin Bollati da Felifa (uma das primeiras feiras de livros de fotografia da América Latina). Outra aula aberta incrível.
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Descobri a potência, a vitalidade, a resistência e o ativismo dos zines, as novas feiras de arte impressa pela América latina e as diversas editoras que estão surgindo. O trabalho minucioso, longo e exaustivo de edição, que passa não só pela escolha das imagens mas do papel, do formato… e tantas outras escolhas.
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Será que para os livros de fotografia o verbo ler ainda funciona?
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Descobri as dificuldades da semântica e da semiótica (me confundi também nessa parte). E descobri como contar uma história ou passar um sentimento em tamanhos diferentes que cabem na mão e que podemos levar para cama com a gente. Ou seja, é uma forma de curadoria, com edição mas acrescentando outras questões. Interessantíssimo!
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E nessa época incerta, onde as trocas físicas são raras e perigosas, o livro de fotografia perdeu muito com a virtualidade. Temos menos possibilidade de tocar o livro, de enviar e receber, de descobrir seus autores. E se uma imagem já perde muito no mundo virtual, o livro de fotografia então, nem se fala.
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Por isso fico feliz em ver tantos livros de fotografia bons sendo editados por fotógrafos contemporâneos brasileiros. Alguns eu tive a sorte de pegar, folhear e admirar. Outros ainda estou na vontade. Vejo que todos são frutos de muito trabalho, por parte dos artistas e editoras, e resistência diante de tanto descaso com a cultura em nosso país, além de estarmos em plena pandemia.
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Tive a sorte de comprar e receber o livro “15:30” de Isis de Medeiros, sobre o crime das mineradoras em Minas gerais, lançado em 2020 pela editora Tona. Assim como o livro “Deus também descansa” de Bruno Bou Haya sobre a migração libanesa a partir de sua história particular, lançado em 2020 pela editora Vento Leste. E os livros “Vertentes”, “Terra Roxa” e “Solidão”, feitos à mão pelo José Diniz e que são joias de tão preciosos.
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Fico aguardando o fim dessa pandemia para poder ter acesso a outros tantos lançamentos. Parabéns a todos!