Entre sem bater

Fui conferir a nova exposição do fotógrafo Arthur Omar , “Outras portas da percepção” no Oi Flamengo, Rio de Janeiro. Com curadoria de Ivana Bentes, a exposição reflete sobre os limites da imagem (te lembra alguma coisa? desvendando os limites da fotografia? Alguém?).

 

Através da sua trajetória como artista múltiplo, que já passou pelo cinema, vídeo e fotografia, Arthur Omar questiona o processo de percepção do mundo e da imagem fotográfica: o que é realidade, o que é ilusão, o que vemos?

 

PARA TUDO!

 

Vamos voltar um pouco e focar no processo fotográfico. Quando pensamos a fotografia, de cara, lidamos com o esquema clássico: foto/referente. Ou seja, pensamos a fotografia como o congelamento “eterno” de um momento que existiu mas não existe mais no mundo real: o referente tem a sua existência congelada na foto.

 

A FOTOGRAFIA ESTÁ INTRINSICAMENTE RELACIONADA AO REAL.

 

Toda fotografia lida com seu referente, ela não tem como fugir dele, porém ela também resulta de um processo de criação, onde é elaborada, pensada e refletida técnica, cultural e esteticamente.

 

Nessa exposição, o artista questiona justamente isso: nossa ligação ao referente e à realidade, nossa ideia de real e o nosso entendimento de imagem e por consequência, de mundo. Inspirado pelo poeta e pintor inglês William Blake que inspirou por sua vez as investigações do escritor Aldous Huxley sobre os estados alterados da mente pela mescalina (droga alucinógena), o artista tenta expandir as possibilidades da nossa percepção.

 

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O artista nos testa ao longo dos 3 andares de exibição. Em uma das salas, por exemplo, ele se distancia dos limites interpretáveis do retrato e fotografa figuras sem códigos, que nos obrigam a desconstruir e reconstruir a todo momento nossa ideia de representação. Com isso, nossa percepção se torna ativa e não mais passiva e somos obrigados a investigar e experimentar com essas formas desconhecidas e sem referente, criando um diálogo e despertando em nós ideias e sensações. Como a mescalina, as imagens de Arthur Omar ampliam nossa mente para alargar nossa percepção.

 

É UMA EXPERIMENTAÇÃO CONCEITUAL E FORMAL.

 

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Saímos da exposição questionando nossa relação com o real, nossa percepção do mundo, e da própria arte da fotografia. Arthur Omar contradiz a ideia de fotografia, repetida incansavelmente por muitos, que a imagem é fixa, imóvel, estática e absolutamente real.

 

A exposição fica em cartaz até dia 01.05.2016 no Oi Futuro Flamengo, RJ.

http://www.oifuturo.org.br/evento/outras-portas-da-percepcao/

 

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