Dois textos, dois sites e duas grandes musas

Essa semana tem muita novidade no photolimits. Nossa coluna em francês está tomando forma, com dois textos já traduzidos aqui e muitos outros a caminho. Nossas colaborações com parceiros incríveis também continuam de vento em poupa. Essa semana temos dois textos publicados, sobre duas grandes musas, no site da Editora Subversos e do Ateliê Oriente.

 

Venha conferir nossas musas!

 

Dora Maar, 1935

 

A grande fotógrafa surrealista Dora Maar é a musa do primeiro texto da semana, no site da Editora Subversos, na coluna mensal Infinito Instante. Mais uma história de uma mulher, brilhante fotógrafa, esquecida nos confins da história, confundida com seu amante, denegrida. Mais uma história de #slutshaming ainda no início do século XX. No texto, tento mostrar a Dora Maar para além das pinturas de Picasso, seu percurso, suas imagens, suas ideias.

 

Uma outra grande dama é o tema do texto do site do Ateliê Oriente aqui. Paris e suas imagens, Paris e seu charme fotográfico! Existem muitas relações interessantes para indagarmos entre Paris e a fotografia: sua relação histórica com a mídia fotográfica, sua própria imagem ao longo dos anos e hoje em dia, sua inspiração como musa de tantos fotógrafos.

 

Elliott Erwitt, 1989
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Mitologia e fotografia

Na mitologia grega, as musas são as filhas de Zeus e Mnemose (a Memória). Elas seriam as divindades responsáveis por inspirar as atividades artísticas e a ciência. Elas são 9 – Calíope, Clio, Érato, Euterpe, Melpômene, Polímnia, Terpsícore, Talia e Urânia – e vivem em um templo que se chama Museion, que curiosamente deu origem a palavra Museu.

 

Algumas interpretações dos mitos gregos dizem que o dom de Mnemose, a memória, é conduzir o côro das Musas e, confundindo-se com elas, presidir a função artística. A arte, através das Musas, incitaria de delírio divino o artista e esse se transformaria no intérprete de Mnemose, aquela que tudo sabe.

 

Alair Gomes

 

No contexto mítico, lembrar significa resgatar um momento originário e torná-lo eterno. A memória confere imortalidade àquilo que ordinariamente estaria perdido de modo irrecuperável. Traz de novo a presença dos Deuses no mundo e nos coloca em relação com nossos antepassados, nossa história em comum, aquela que nos faz o que somos.

 

O lugar da memória é o lugar da imortalidade, ela liga os tempos e o que de fato é importante, como a fotografia. A arte abriga obras produzidas no passado e deixadas para as gerações, ligando os tempos e ajudando o papel da memória. A fotografia ainda vai além, ligando momentos, rostos, situações do passado ao presente. Diferente do que é difundido, o trabalho das musas é ativo (e não passivo), uma parceria entre a memória e as artes para lembrar o que somos através do tempo.

 

Na fotografia temos inúmeros exemplos de musas e musos que inspiraram lindas imagens, como Irving Penn e Lisa Fonssagrives, Franco Rubartelli e Veruschka, Jean Shrimpton e Catherine Deneuve. Ou ainda, Sally Mann e Larry, Robert Mapplethorpe e Sam Wagstaff, Alair Gomes e os meninos do Rio.

 

Irving Penn e Lisa Fonssagrives
Jean Shrimpton e Catherine Deneuve

 

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