Queridos,
a equipe Photolimits tirou umas rápidas férias mas volta já no próximo mês.
Para não ficarem com muitas saudades segue um link do post sobre fotografia e turismo, e um link sobre fotografia e viagem.
Até breve!
desvendando os limites da fotografia
Foi começar a escrever sobre fotografia e viagem que parece que agora só me deparo com esse tema por aí. Conheci o trabalho da argentina Corina Arrieta na 10a feira Tijuana no Rio de Janeiro. https://www.facebook.com/edicoestijuana/
Corina montou um livro, ou um atlas como ela explica, de fotografias achadas na internet de construções kitsch (e incríveis) visando o turismo. Como já discutimos no nosso primeiro post de viagem (http://photolimits.com/uncategorized/fotografia-e-viagem/), essas fotografias mostram o caráter espetacular que permeia a viagem, e de uma certa maneira a arquitetura atual.
Que confusão, agora juntei fotografia, viagem, arquitetura e kitsch!
A professora da USP, Ana Fani Carlos, fala dessa arquitetura voltada para o turismo como um não lugar. O turismo, e sua aptidão para comercializar tudo, artificializa o que toca criando um mundo fictício, vazio e sem identidade: um não lugar. Como se fosse um cenário calculado para o “espetáculo” que os turistas aguardam ver, passivos.
É A PRIMAZIA DAS IMAGENS E DOS CLICHÊS.
Porém, a artista Arrieta – com uma parcela de sarcasmo – faz um tributo à arquitetura temática. Seu livro Fealdad, ordinariez y fantasia é uma homenagem a essas construções que inventam novos mundos e despertam nossas fantasias. O clássico exemplo Disney exemplifica bem esses pontos.
Corina divide o livro em 4 categorias temáticas para essas instalações: o europeu, o oriental, o tropical e o moderno futurista. São divisões figurativas que exploram o espaço imaginário turístico. Representam as expectativas frente ao prazer de viajar e descobrir. Segunda a própria autora, essa arquitetura extravagante e colossal, apesar de servir para entreter e divertir, ativa a nostalgia e o imaginário. Evoca desejos do sol tropical na China e chalés alpinos no Brasil. E assim, as pessoas se divertem, relaxam, aproveitam dentro dos limites impostos.
Os monumentos temáticos existem para exacerbar o consumismo e entreter, mas também servem para viajantes apreciarem seu aspecto lúdico, deixando-se levar pela fantasia com naturalidade e sem grandes expectativas.
(Todas as fotografias deste post são imagens de divulgação da artista.)