Resenha do livro “The photographer’s playbook – 307 Assignments and Ideas”, editado por Jason Fulford e Gregory Halpern.
A editora da Aperture lançou em 2014 um livro para incentivar a fotografar de maneira divertida e inteligente. São 307 ideias, histórias e tarefas originais para o apaixonado por fotografia sair da caixinha e se surpreender. Textos rápidos, de no máximo duas páginas, dão ao leitor um incentivo cheio de humor para sair fotografando.
Os textos são escritos por fotógrafos, artistas, professores – John Baldessari, Alec Soth, Massimo Vitali, Henri Cartier- Bresson, entre muitos outros – e tem em comum o desafio de pensar a fotografia fora do clichê e do senso comum. São textos apaixonados pela mídia que falam da história da fotografia, de seus grandes mestres, criam uma ligação com a própria história da arte: mostrando que existe um envolvimento entre os diversos processos criativos. O livro tenta trazer a curiosidade de volta ao ato de fotografar, mostrando que o importante não é o resultado e a crítica final, mas sim a paixão pelo clique.
OS MEIOS SÃO MAIS IMPORTANTES QUE OS FINS.
Cada tarefa transforma o leitor em “cobaia” incentivando a criatividade e a desconstrução. São exercícios para sair do óbvio, estranhar o normal e se deixar maravilhar: por outras composições, por outros estímulos e pelo acaso.
Em tempos onde a fotografia está por todo lado, banalizada e generalizada, é um bom exercício para todos nós: questionar sempre o olhar e incomodar-se com o certo. Melhor ainda se for a partir de uma brincadeira, onde errar vem acompanhado por risadas, e podemos parar e refletir livremente. Através do humor e do lúdico, esse livro provoca e questiona. E quem percorre o caminho é você. Um caminho corajoso de voltar o olhar para dentro, observar sua percepção e ultrapassar seus próprios limites.
BOAS DICAS PARA TODO E QUALQUER PROCESSO CRIATIVO.
Em dezembro de 2014, o curador Christopher McCall montou a exposição “The photographer’s playspace” na sede da Aperture em NY, ligada ao lançamento do livro. A partir de algumas das tarefas dadas no livro, 22 fotógrafos se propuseram a renovar sua linguagem fotográfica e se engajar de outra maneira com o meio.
Resolvi escolher um desafio e me lançar na brincadeira também. Desfazer olhares viciosos e percepções seguras de agradar a todos (e sobretudo a mim mesma).
Caí aleatoriamente na tarefa do fotógrafo Bruce Gilden: fotografe quem você é.
O QUE ACHARAM DO RESULTADO?
Infelizmente o livro ainda não foi traduzido para o português (mas ele está disponível na Amazon), mas para quem lê em inglês, vale muito a pena ter como livro de cabeceira, para incentivar aqueles dias menos inspirados e manter a mente e o olhar sempre livres.
2 Comentários
Quero ver as fotos. 🙂
Adorei o texto e fiquei c vontade de ler o livro!!!
Que bom te ver por aqui! Super recomendo o livro, um exercício divertido de se descobrir.