Fotografando
Hoje essa delícias do banal me lembram
quando eu te amava à distância –
trope galope de dois cavalos pelo mato
abro o livro do dever muito depressa
sacudo as folhas do alto da cabeça
e cai um aviso, mania de segredamento
“naquele dia…”
Lampejei.
– Ana Cristina Cesar
Como rasurar a paisagem
A fotografia
é um tempo morto
fictício retorno à simetria
secreto desejo do poema
censura impossível
do poeta
– Ana Cristina Cesar
*Ana Cristina Cesar foi uma poetisa brasileira da década de 70 e 80 muito importante para o movimento da Poesia Marginal. Homenageada na Flip 2016, ela ganha uma fotobiografia organizada por Eucanaã Ferraz e produzida pelo IMS: Inconfissões: fotobiografia.